Category: Observações


Imagem da Lua durante o Eclipse Lunar de 15/04/2014. Imagem de Marcelo Domingues (Observatório Carina - Brasília-DF)

Imagem da Lua durante o Eclipse Lunar de 15/04/2014. Imagem de Marcelo Domingues (Observatório Carina – Brasília-DF)

  • O Eclipse Lunar Total de 21 de janeiro de 2018 (de Domingo para Segunda-feira) tem duração total de 05h11m30s. A fase visível do eclipse tem duração total de 03h16m45s e a totalidade tem duração total de 01h01m59s.
  • Depois de 19 anos volta a ocorrer um eclipse totalmente favorável à América (o último em 21 de janeiro de 2000). Devido a isso está sendo chamado de Eclipse Panamericano (Sérgio Sacani – Space Today); Parte Oeste da Europa e África também verão completamente a fase total do eclipse;
  • Devido à refração de parte da luz solar na atmosfera da Terra durante o eclipse, parte dela (principalmente a luz vermelha) atinge a superfície da Lua durante o fenômeno, de modo que a Lua não fica totalmente escura, mas com tons de vermelho e vermelho-ocre. A mídia sensacionalista costuma chamar o Eclipse Lunar Total de “lua de sangue”;
  • A fase de Lua Cheia é atingida às 03h16 da manhã e cerca de 15 horas após o eclipse (às 18h) a Lua atinge o seu ponto mais próximo da Terra na órbita. Esse ponto é chamado de perigeu lunar e nesse momento a Lua estará a aproximadamente 357,3 mil km da Terra (a distância média é de cerca de 384,4 mil km). Quando a diferença entre a Lua Cheia e o Perigeu é pequena, essa fase é chamada por muitos de Super Lua devido ao fato de nosso satélite natural ficar maior que a média (às 18h de 21 de janeiro a Lua estará com 33,42 arcsec de diâmetro lunar, para comparação, a média é de 31,07 arcsec). O fato de termos uma Super Lua e um Eclipse Lunar Total na mesma data, levará a mídia sensacionalista a “criar” nomes chamativos (olha o clickbait!) como: “Super Lua de Sangue”, “Super Eclipse de Sangue”, “Eclipse Total da Super Lua”, “Super Eclipse Lunar Total de Sangue”, “Lua Sangrenta e Eclipsada próxima da Terra” etc.;
  • A fase penumbral do eclipse terá início às 00h37 (horário de Brasília). Nesta fase a Lua entra na chamada Penumbra da Terra e não há nenhuma percepção visual pelo observador; às 01h35 inicia-se a fase umbral do eclipse, essa sim visível; a Lua fica completamente eclipsada a partir das 02h42 da manhã e fica assim até as 03h44; desse horário, até as 04h51, a Lua vai deixando a Umbra e voltando ao seu brilho e cor característicos;69216601-7bd2-4a7f-9325-fa4fa68ae044
  • A coloração da Lua durante o eclipse pode variar e uma das causas é a concentração de material particulado na atmosfera da Terra, principalmente aquelas emitidas por erupções vulcânicas. Como estamos em período de grande atividade de vulcões (vide Krakatoa, Anak Krakatoa, Etna, Kilauea, Volcán de Fuego, etc), espera-se uma alteração na coloração típica do nosso satélite tornando-se mais escuro que a média (ver Escala Danjon);

    Esse eclipse é totalmente favorável para observadores em qualquer local da América. Sendo chamado de "Eclipse Panamericano de 2018".

    Esse eclipse é totalmente favorável para observadores em qualquer local da América. Sendo chamado de “Eclipse Panamericano de 2018”.

  • Para observar um Eclipse Lunar Total não tem segredo algum. Basta um local seguro, com boa visada para a posição da Lua, uma cadeira (de preferência aquelas reclináveis) e uma boa companhia. Apesar de interessante observar com equipamento, não é necessário telescópio, binóculo, etc. para ver o eclipse lunar. Também não é preciso proteger a visão (ao contrário do eclipse solar onde é obrigatório o uso de filtros próprios) e não é preciso sair da cidade em busca de local mais escuro, já que a Lua pode ser perfeitamente vista mesmo em condições de extrema poluição luminosa;
  • Se quiser fotografar o eclipse, você precisará, de preferência, ou uma câmera tipo super-zoom, ou uma câmera tipo DSLR (Canon, Nikon, etc) e teleobjetiva com boa distância focal. É interessante fazer um teste horas antes para ajustar a câmera e não perder tempo no momento do fenômeno. É possível também usar telescópio e acoplar uma câmera a ele, pra isso é preciso adaptadores próprios e o importante é testar dias antes para que não se atrapalhe e perca o registro do fenômeno. Tentar fotografar com celular com baixa resolução, sem zoom e sem ajustes manuais poderá ser decepcionante; É interessante fotografar todo o eclipse com fotos intervaladas, e depois processar um vídeo com a sequência do eclipse;
  • Uma dica é procurar saber se há clube de astronomia em sua cidade. Provavelmente eles farão observação do eclipse em grupo e em evento que pode ser público e aberto a participação de qualquer pessoa. Junto a um grupo de astrônomos amadores você poderá observar em telescópios, fazer perguntas e ouvir dicas e informações sobre o eclipse e os próximos eventos astronômicos;
  • Se chover, obviamente o eclipse não poderá ser observado, mas sempre há transmissões ao vivo do evento em páginas conhecidas como NASA TV e SLOOH. No Brasil alguns canais no Youtube também farão transmissão ao vivo com comentários e bate-papo (inclusive com sorteio de brindes!). Recomendo acompanhar os canais Astronomia ao Vivo, Space Today ou Mensageiro Sideral.
  • Se por algum motivo você não puder acompanhar esse eclipse lunar, as próximas oportunidades de ver o fenômeno de maneira completa serão em 16 de maio de 2022 e 14 de março de 2025. Outros eclipses lunares poderão ser vistos do Brasil mas, ou serão eclipses parciais ou serão vistos apenas parte dele (ou a Lua se põe antes de completar o eclipse ou nasce já terminando o eclipse).

A Lua Cheia de 31/01 possui particularidades que chamam a atenção e certamente

Calma não leve a sério! A Lua não atinge esses tons de cores (infelizmente!rsrs). A definição atual de Lua Azul foi feita por astrônomos amadores, já o termo Super Lua foi definida por um astrólogo. Já o termo Lua de Sangue parece ter origem religiosa e disseminou com facilidade nas redes sociais.

Calma não leve a sério! A Lua não atinge esses tons de cores (ahh infelizmente! ). A definição atual de Lua Azul foi feita por astrônomos amadores a partir de um erro de interpretação, o termo Super Lua foi criada por um astrólogo. Já o termo Lua de Sangue parece ter origem religiosa e disseminou com facilidade nas redes sociais.

 tomará bom espaço na imprensa e nas redes sociais. São três eventos “quase” simultâneos: Lua Cheia no Perigeu, Eclipse Lunar Total e Segunda Lua Cheia no mesmo mês (Lua Azul).

Abaixo, listo características e curiosidades sobre esses eventos:

  • No dia 31/01 ocorre um eclipse lunar total, ou seja, a passagem da Lua pelo cone de sombra da Terra. Infelizmente esse evento não será visível do Brasil. O horário do máximo do eclipse é 13h30UT, 11h30 horário de Brasília. As região do globo terrestre que observarão o fenômeno são: Ásia, Oceania, Ilhas do Pacífico e Alasca.
  • Um eclipse lunar sempre ocorre, por fatores óbvios, na Lua Cheia. Neste caso uma particularidade, a Lua estará próxima ao perigeu que é ponto mais próximo na órbita lunar. À Lua Cheia no perigeu, dá-se o nome por alguns de Super Lua Cheia (e isso também vale para a Lua Nova em perigeu). A data e horário exato da passagem lunar pelo perigeu é 30/01 às 09h58 (UT), 07h58 horário de Brasília e a Lua estará a uma distância de 358 000 km com diâmetro angular de 33’16” (a média é 31’04”). Por comparação, a Lua pode atingir no apogeu (ponto mais distante), até 405 000 km de distância da Terra. Visualmente, a diferença entre um perigeu e um apogeu é em torno de 14% no diâmetro lunar e cerca de 30% no brilho. Para um observador casual uma Super Lua não difere em nada de uma Lua cheia comum.
  • 2018 já começou com uma Lua cheia em seu primeiro dia e a Lua cheia de 31/01 será, portanto, a segunda do mês de janeiro. Sempre que ocorrem duas Luas cheias no mesmo mês, à segunda dá-se o nome de Lua Azul. No hemisfério Norte existe a tradição de nomear cada Lua Cheia do Ano. À primeira Lua cheia após o início do inverno, dá-se o nome de Wolf Moon, à segunda, normalmente em fevereiro dá-se o nome de Snow Moon. Dessa vez a Wolf Moon e a Snow Moon estão em janeiro.
  • Em 2018 não haverá Lua Cheia no mês de fevereiro. Isso ocorre a cada 19 anos. Ocorreu a última vez em 1999 e anteriormente em 1980. A próxima vez que ocorrer será em fevereiro de 2037 (isso é verdade para a maior parte da Terra, em alguns locais como o leste da Ásia e leste da Austrália a Lua Cheia se dá em 01/02).
  • Duas Luas Cheias em um mesmo mês ocorrem, em média, a cada 2,72 anos. As anteriores ocorreram em novembro de 2010, agosto de 2013, maio de 2016. Em 2018 (e depois só em 2037) há uma exceção que são duas Luas Azuis no mesmo ano (em Janeiro e em Março).
  • A duração da fase total do eclipse será de 1h16min; do início da fase umbral (U1) até o fim da fase umbral (U4) será de 3h23min; e do início da fase penumbral (P1) até o fim da fase penumbral (P4) será de 5h17min.
  • Sites, e páginas sensacionalistas tendem a chamar o Eclipse Lunar Total de “Lua de Sangue”. De fato a cor da Lua, durante o fenômeno, varia de um marro-acinzentado a um vermelho intenso. Isso ocorre devido ao maior desvio dos comprimentos de onda de luz próximos do vermelho, que ocorre na atmosfera terrestre, e que se desviam para dentro do cone de sombra da Terra, atingindo a superfície lunar durante o eclipse. O público leigo tende a ser atraído por títulos do tipo “Vem aí a Super Lua de Sangue”, ou “Super Lua Azul também será Lua de Sangue”, etc.
  • Algumas páginas têm noticiado que será um evento muito raro. Segundo o que o astrônomo amador Alexandre Amorim informou em sua página do Facebook em 10/01/18, um eclipse lunar total da “Lua Azul” e próxima ao perigeu não é tão raro assim. De 1982 a 2037 (55 anos) ocorrerão três eclipses lunares totais com “Lua Azul” próxima ao perigeu: 30/12/1982, 31/01/2018 e 31/01/2037.
  • O termo “Lua Azul” (Blue Moon) hoje é dado à segunda Lua Cheia em um mesmo mês. Mas há outra definição mais antiga para esse termo. Há décadas atrás a definição usada no Maine Farmers’ Almanac era a que de a Lua Azul seria a terceira Lua cheia de uma estação que tivesse quatro Luas cheias (normalmente há apenas três). Isso era necessário para se manter a tradicional nomenclatura das luas cheias ao longo do ano (Wolf Moon, Strawberry Moon, Harvest Moon, etc). Mas em um artigo da Sky & Telescope de 1946, o astrônomo amador James Hugh Pruett (1886-1955) fez uma suposição incorreta sobre como essas “luas extras” são nomeadas como sendo a segunda Lua Cheia de um mês. Por muito tempo o novo termo acabou esquecido, até que ressurgiu em 1980 durante uma transmissão de rádio durante o programa Star Date que usou como fonte o artigo de Pruett de 1946.
  • Este quadro da Sky & Telescope mostra a diferença de datas entre as “Luas Azuis” com a antiga definição e as “Luas Azuis” com a definição moderna. Nota-se que no ano em que um tipo ocorre, não ocorre o outro (ao menos no período mostrado).
  • Ao contrário do que parece, a Lua Cheia não é o melhor momento para se observar detalhes da superfície lunar (como crateras, mares, rimas, vales, cadeias de montanhas, etc) com auxílio de telescópios, lunetas ou binóculos, . Durante a Lua Cheia, do ponto de vista de um observador na Terra, não se vê sombras projetadas na superfície lunar, o que dificulta a observação de detalhes e sinuosidades.
  • A ocorrência de uma Lua Cheia de apogeu (“minilua” ou “microlua”) seis meses antes ou depois de uma Lua Cheia de perigeu é normal. Em 2018 temos, portanto, a Lua Cheia de Perigeu (Super Lua) de 31 de janeiro em contraposição à Lua Cheia de Apogeu (Mini Lua) de 27 de junho. Como recomenda o Anuário Astronômico Catarinense (página 173), é interessante fotografar as duas Luas Cheias indicadas, com o mesmo equipamento e configuração (aumento, distância focal, abertura, etc) para comparação dos tamanhos angulares aparentes.
  • Em março haverá também uma segunda Lua Cheia. A primeira em 01/03 e a segunda em 31/03). Porém está não estará no perigeu e muito menos eclipsada.
  • Se o tempo colaborar, você pode acompanhar uma transmissão ao vivo (hangout) no canal Astronomia ao Vivo no youtube na noite do dia 31/01. Se inscreva no canal. Você pode também acompanhar a transmissão do Eclipse Lunar Total na página Slooh.com a partir das 8h45 (horário de Brasília). A fase total deve começar às 10h51 (horário de Brasília).

Fontes:

O Eclipse Lunar Total da noite de 27/09 será visível totalmente de qualquer parte do Brasil. Se na sua região estiver nublado o grupo Astronomia ao Vivo fará transmissão do evento, durante a transmissão o grupo debate o fenômeno e trás várias informações sobre eclipses.

Faixa de visibilidade do eclipse é a parte mais clara do mapa. Note o Brasil em condições de visibilidade de todas as etapas do eclipse.

Faixa de visibilidade do eclipse é a parte mais clara do mapa. Note o Brasil em condições de visibilidade de todas as etapas do eclipse. Fonte: NASA.

Não é necessário binóculo, telescópio ou outro equipamento para ver um Eclipse Lunar. Basta um local com boa visibilidade do céu, uma cadeira reclinável e apreciar a olho nu um dos mais belos fenômenos celestes.

Eclipses lunares possuem duas fases, a penumbral e a umbral. A fase penumbral não é perceptível a olho nu. No eclipse de 27/09 ela começa às 21h11. A fase umbral desse eclipse terá início às 22h07 com duração de 3h19min. O Eclipse inteiro terá uma duração total de 5h11min.

Trajetória da Lua ao atravessar a sombra da Terra. A parte cinza é a penumbral (não perceptível) e a parte vermelha é a umbra. A Lua ficará totalmente dentro da umbra por 1h11min.

Trajetória da Lua ao atravessar a sombra da Terra. A parte cinza é a penumbral (não perceptível) e a parte vermelha é a umbra. A Lua ficará totalmente dentro da umbra por 1h11.

A fase de totalidade do Eclipse Lunar é aquela em que a Lua está totalmente imersa na sombra (umbra) da Terra. Durante o eclipse de 27/09 essa fase terá duração de 1h11. A totalidade começa às 23h11.

Super Lua

Quando a Lua está no Perigeu (menor distância da Terra) e está também na fase de Lua Cheia, chamamos ela de Super Lua. Em 27/09 ocorre a maior Super Lua de 2015, justamente durante o Eclipse Lunar Total. Chamamos esse eclipse de Eclipse Lunar Total da Super Lua, como ela ocorre durante uma tétrade lunar então podemos ainda chamá-la incrivelmente (rsrs) de Eclipse da Super Lua em Tétrade Lunar.

Agora atenção a isso: O último Eclipse Lunar Total de Super Lua totalmente visível do Brasil ocorreu em 16 de maio de 2003 e o próximo (também totalmente visível do Brasil) será em 21 de Janeiro de 2019. O último Eclipse de Super Lua em Tétrade Lunar, com perigeu ocorrendo durante o eclipse e visível do Brasil foi em 17 de novembro de 1910 e o próximo, nas mesmas condições ocorrerá somente em 30 de agosto de 2156. Esses dois últimos eclipses citados e o eclipse de 27/09/2015 ainda guardam outra coincidência, os três são os últimos eclipses das tétrades que pertencem.

Em 27/09, o perigeu será atingido pela Lua às 22h47, em pleno eclipse e nosso satélite natural estará nesse momento a uma distância de 356.876 km da Terra. Uma Super Lua pode ficar com diâmetro angular até 15% maior e 30% mais brilhante que uma Lua Cheia no Apogeu (Mini Lua).

A distância temporal entre os instantes do perigeu e da fase de cheia é de pouco mais de uma hora, essa é a menor distância entre os dois eventos durante um eclipse lunar total nos séculos XX e XXI.

Mais curiosidades

O termo astronômico usado para a expressão popular “Super Lua” é Perigeu-Sizígia.

O Termo Super Lua é creditada ao astrólogo (sim astrólogo!) Richard Nolle em 1979 que definiu o termo ao alinhamento Sol-Terra-Lua com a Lua no perigeu ou apogeu com a tolerância de erro de até 90% da subtração das distâncias do apogeu e perigeu. Complicado né?

Um eclipse lunar total comum não é tão raro, e pode ser visto de um certo ponto qualquer da Terra, em média, a cada 2,5 anos.

Durante o eclipse a Lua não desaparece, ela é vista com cor de tijolo, levemente avermelhada devido à luz que atravessa as camadas da atmosfera da Terra e se desviam para dentro da umbra. A principal luz que se desvia nessa direção é a luz vermelha que, no momento do eclipse, atinge a superfície lunar. Esse efeito ondulatório/óptico é chamado de dispersão de Rayleigh.

Durante o eclipse a Lua estará na constelação de Peixes. (Bom isso não é nada demais, rsrs)

Uma curiosidade interessante sobre eclipses lunares é a variação de temperatura durante um ecipse lunar total. A temperatura da superfície lunar durante a Lua Cheia pode chegar à 97°C e assim que entra na sombra da Terra ela cai rapidamente para apenas -93°C, um variação de 190 graus!

Sendo esse um eclipse em pleno momento do perigeu (o menor perigeu do ano), teremos portanto um dia de “maré de perigeu” ou “maré-viva” ou “supermaré” ou ainda “maré sizígia”, que é uma maré maior que a comum devido à menor distância da Lua à Terra. Por ser em período de equinócio ela é chamada de “supermaré equinocial”, e essas costumam ser as mais fortes do período anual. Essa maré, em alguns lugares, pode ser cerca de 15 cm mais alta que as marés normais.

Existe a expectativa de que esse eclipse seja mais escuro que o esperado devido aos aerossóis na atmosfera provenientes da erupção do vulcão Calbuco do Chile.

Durante o eclipse a Lua vai ocultar algumas estrelas de magnitudes entre 6 e 9. Os destaques são: ocultação da estrela SAO 109078 de magnitude 6,8 às 20h57 (antes do início do eclipse) e emersão às 22h08 (logo após o início da fase visível do eclipse, umbral); ocultação da estrela SAO 109101 de magnitude 7,0 com imersão às 22h48 e emersão às 00h08; ocultação da estrela SAO 109119 de magnitude 6,2 com imersão às 23h30 e emersão às 00h14.

Sequência de eventos durante o Eclipse Lunar Total (horários de Brasília):

P1 – Contato com a penumbra (não visível)- 21h11

U1 – Contato com a umbra (inicia a entrada na umbra) – 22h07

Em – Emersão da estrela SAO 109078 (Mag. 6,8) – 22h08

Lua atinge o Perigeu (356 876km) – 22h47

Im – Imersão da estrela SAO 109101 (Mag. 7,0) – 22h48

U2 – Início da totalidade – 23h11

Máximo do eclipse – 23h47

Lua Cheia – 23h50

Im – Imersão da estrela SAO 109119 (Mag. 6,2) – 23h30

Em – Emersão da estrela SAO 109101 (Mag. 7,0) – 00h08

Em – Emersão da estrela SAO 109119 (Mag. 6,2) – 00h14

U3 – Fim da totalidade – 00h23

U4 – Saída da umbra (a partir daqui termina a visibilidade do eclipse) – 01h27

P4 – Saída da penumbra – 02h22

Observação: os horários das imersões e emersões de estrelas no limbo lunar referem-se a um observador em Londrina-PR).

Tétrades Lunares

O eclipse lunar de 27/09/15 será o quarto e último eclipse de uma tétrade. Uma tétrade é um conjunto de quatro eclipses lunares totais consecutivos (lembre-se que existem também os eclipses parciais).

Os três eclipses anteriores dessa tétrade ocorreram em 15/04/14, 08/10/14, 04/04/15.

Sequência de datas de eclipses lunares, estre eles a tétrade de 2014-2015. Fonte: NASA.

Sequência de datas de eclipses lunares, estre eles a tétrade de 2014-2015. Fonte: NASA.

No século XXI ocorrerão 8 tétrades lunares. Uma já aconteceu (2003-2004), uma está terminando e mais 6 ocorrerão futuramente. A próxima tétrade ocorre em 2032-3033. 8 tétrades é o número máximo que pode ocorrer em um século, a última vez que isso aconteceu foi no século IX.

Giovanni Schiaparelli calculou que as tétrades ocorrem por 300 anos e por mais 300 anos deixam de ocorrer. Nos séculos XVII, XVIII e XIX não ocorreram tétrades.  Nos séculos XX, XXI e XXII ocorrerão 17 tétrades lunares.

Esse eclipse ocorre durante a primeira Lua Cheia da Primavera aqui no hemisfério Sul. No hemisfério essa primeira Lua Cheia após o equinócio de Setembro é chamada de Harvest Moon. Então este eclipse será o Eclipse Lunar Total da Super Harvest Moon.

Próximos Eclipses

Os próximos Eclipses Lunares Totais observáveis do Brasil ocorrem em 27 de Julho de 2018 e em 21 de Janeiro de 2019. No eclipse de Julho de 2018, a Lua já nasce totalmente eclipsada e o eclipse de Janeiro de 2019 será plenamente visto assim como o de 27/09/15.

Blood Moon, a Lua Sangrenta

Nos últimos anos tem-se propagado a expressão Lua de Sangue à Lua eclipsada.
Pode-se pensar à princípio que talvez sua cor avermelhada tenha dado origem ao nome, mas vejamos duas histórias que podem ter iniciado o uso atual da expressão.

Festas Judaicas e as tétrades lunares:
Os pastores Blitz e Hagee chamaram a atenção sobre a sequência de eclipses que se iniciava em 2014 em um livro publicado em 2013 chamado Four Blood Moons: Os eclipses dessa tétrade coincidem com importantes festas judaicas. Os eclipses de Abril de 2014 e Abril de 2015 coincidem com a Páscoa, enquanto que os eclipses de Outubro de 2014 e Setembro de 2015 ocorrem durante a Festa dos Tabernáculos. Para eles tétrades de tempos passados que também coincidem com essas datas festivas estão associados a eventos históricos para a humanidade. Algumas pessoas tomaram essa coincidência de datas como um sinal de que esta poderia ser a última tétrade, o fim dos tempos.
Os dados de eclipses passados ​​mostram que pelo menos oito tétrades lunares coincidiram com feriados judaicos desde o primeiro século.
O calendário judaico é um calendário lunar e a Páscoa sempre ocorre próximo a uma Lua Cheia. Eclipses lunares totais só podem ocorrer em uma noite de Lua Cheia, é muito provável que um eclipse ocorra na Páscoa ou perto dela.

Harvest Moon e Hunter’s Moon:

A primeira Lua Cheia após o equinócio de Setembro é chamada de Harvest Moon em algumas culturas do Hemisfério Norte. A Lua Cheia seguinte de Outubro, é chamada de Hunters’s Moon. Essas Luas possuem uma característica peculiar nas regiões de altas Latitudes do hemisfério Norte: normalmente a Lua nasce 50 minutos mais tarde a cada noite. Porém nessa época do ano, devido à posição da Lua em relação à eclíptica a Lua nasce apenas cerca de 30 minutos mais tarde. Nessa época a noite fica mais tempo iluminada com a Luz do luar, o que justifica a saída para a caça e término da colheita, a fim de se preparar para o inverno que estava pra chegar. Nesse período, devido à sua trajetória no céu, fica mais tempo próximo ao horizonte, e a Lua vista próxima ao horizonte é mais avermelhada. A Harvest Moon também é chamada de Blood Moon.

Fontes:

NASA, Space.com, Universe Today, The Old Farmer’s Almanac, Timeanddate.com, CalSky.com

Journal: Publications of the Astronomical Society of the Pacific, Vol. 72, No. 429, p.481; Title: Enhanced Lunar Thermal Radiation During a Lunar Eclipse; Authors: Shorthill, R. W., Borough, H. C., & Conley, J. M.

Informativo Observacional do NEOA-JBS, http://www.geocities.ws/costeira1/07-2015.pdf acessado em 26/09/2015; http://www.geocities.ws/costeira1/art/eclipse_20150926.pdf acessado em 26/09/2015.

 

Dia 15 de Abril teremos o Eclipse Total da Lua. Ótima oportunidade para chamar a atenção para um fenômeno que desperta curiosidades e é fácil de observar. Mas um dos problemas é o horário. A fase penumbral (entre P1 e U1, e entre U4 e P4) tem início às 1h53 mas essa fase não é perceptível a olho nú. Na fase umbral, aí sim, será possível ver a sombra terrestre cobrindo aos poucos a superfície lunar. Ela começa às 2h58 com o primeiro contato (U1), o eclipse se torna total às 04h06 (U2). A Lua inicia a saída da sombra às 5h24 (U3) e o término da fase umbral se dá às 6h33 (U4) já com dia clareando. De alguns lugares no Brasil não será possível ver o final do eclipse pois a Lua já terá se posto no horizonte.

Para observar um eclipse lunar você só precisa de dois equipamentos: seu olhos! É importante também que você tenha o horizonte Oeste livre de obstáculos, pois é o lado onde estará a Lua durante o eclipse. Se na sua cidade estiver nublado, a equipe Astronomia ao Vivo, da qual faço parte, transmitirá e comentará o evento ao vivo pelo youtube. É só acessar www.youtube.com/astronomiaaovivo. Céus claros e boa observação!!!
eclipse 14 abril 2014

Ontem dia 28/11, aqui de Londrina foi possível observar uma ocultação de Júpiter pela Lua. Aproveitei para fazer a estreia do meu novo telescópio. Um Ritchey-Chrétien de 8 polegadas. Bom, o telescópio não é novo. Já passou pelas mãos de alguns excelentes astrônomos e astrofotógrafos até ser dado a mim de presente por um grande amigo… mas isso é outra história.

A ocultação começou às 21h09, e terminou às 21h59 (para Londrina). Não consegui fotografar o primeiro contato, pois estava ainda fazendo alguns testes no telescópio e descobrindo sua “manha”. Mas o segundo contato eu não perdi. Porém, como bom inexperiente, não tirei o melhor que podia da ocasião. Devia ter usado a barlow desde o início do segundo contato (como nas duas últimas fotos). Só fui me ligar depois que o planeta já estava a certa distância do limbo lunar.

Abaixo, fotos da edição de setembro do III Ciclo de Observações Lunares promovido pelo PET-Física da UEL do qual sou colaborador egresso. Nesse projeto, às quartas-feiras de Lua Crescente, montamos telescópios em frente ao Restaurante Universitário da UEL para que a comunidade acadêmica tenha oportunidade de observar nosso satélite natural.

Fotos de outros participantes do 2° Acampamento do CAEH:

No dia 09 de junho de 2012, o Clube de Astronomia Edmond Halley (CAEH) de Marialva-PR (80Km de Londrina), realizou o seu segundo acampamento astronômico. O Miguel (GEDAL) foi convidado a ministrar uma palestra antes dos inscritos seguirem para o local. Sua palestra foi sobre Astrobiologia.

O local de observação fica há alguns quilômetros fora da cidade. Local limpo e muito bom pra montar os equipamentos. Chegamos em comboio. O ônibus que trazia o pessoal de Maringá atolou numa manobra e quase tombou (veja as fotos). Foi preciso chamar um trator pra desatolar.

Por problemas com a energia não pude ligar a NEQ6. Só levei o Mak 90mm mas nem cheguei a tirar a tampa dele. Só levei pra passear…rsrs… Acabei só tirando algumas fotos de 30 segundos com a Canon T2i. A Canon Xti modificada, recém comprada, não deu pra testar por falta de energia (só tenho adaptador para fonte pra ela).

O céu, apesar de ter melhorado muito no início da noite, estava em condições regulares para observação. Nuvens ralas e persistentes que multiplicavam a PL refletindo as luzes de Mandaguari, Marialva, Sarandi, Maringá, e até mesmo de Arapongas ao longe no Oeste. A temperatura, apesar de frio, estava suportável e não chegou a incomodar, umidade regular. Nem cheguei a avaliar o seeing.

Ficamos no local das 21h às 1h aproximadamente. Observei as pessoas, conversei com alguns, sempre de olho no Ian bagunçando no escuro. De Londrina (GEDAL) estavam eu, o Miguel, o Renan, a Nívea e o Ian. Entre organização e inscritos, mais de cem pessoas. Cerca de 8 telescópios à disposição, entre eles um gigante C14.

Havia no local dois geradores a gasolina, um do grupo e outro da equipe de reportagem que estava presente. Pude observá-los rapidamente e achei menos barulhentos que eu imaginava. Se usar um fio bem longo e deixar o gerador bem longe, ele não incomoda. Pode ser uma opção de aquisição.

Destaco a grande dedicação do grupo CAEH na organização e realização do evento. Se esforçaram ao máximo para atender bem a todos… havia bebida quente e lanches (muito bom por sinal!), banheiros químicos… deixo registrado aqui meus parabéns! Certamente me esforçarei para estar presente no próximo acampamento.

Abaixo, minhas poucas fotos:

Hoje o Pet-Física/UEL deu início ao III Ciclo de Observações Lunares. Iniciamos às 18h e seguimos até às 20h. A observação acontece no horário de jantar dos alunos e funcionários da UEL e colocamos telescópios a disposição dos acadêmicos, funcionários e da comunidade, no pátio do restaurante universitário.

As datas, e os principais alvos para este ano são:

28/03 – Lua, Vênus, Júpiter e Marte
25/04 – Lua, Vênus, Saturno e Marte
30/05 – Lua, Saturno e Marte
27/06 – Lua, Saturno e Marte
25/07 – Lua, Saturno e Marte (conjunção tripla)
22/08 – Lua, Saturno e Marte (conjunção tripla)
26/09 – Lua, Saturno e Marte
24/10 – Lua, Marte, Mercúrio
21/11 – Lua e Marte

Data e Local: 24/03/2012 – “BREU” (final da Estrada do Limoeiro), próximo ao Rio Tibagi, Londrina-PR.

A intenção era chegar ao Breu antes de anoitecer, mas acabei atrasando, e eu e o Saulo chegamos lá pouco antes das 19h. Mesmo assim pudemos observar o local ainda claro. Decidimos subir os carros no gramado do campo de futebol que fica ao lado do local tradicional das observações. Particularmente achei o local melhor por fugir de uma árvore chata que atrapalhava a visão a Oeste, outras árvores acabam escondendo um pouco as luzes de postes que ficam num morro próximo, e evitamos as luzes dos carros e ônibus que circulam nas estradinhas. Achei ainda que os carros ficam melhor posicionados. O problema do gramado é que, depois de muito sereno, fica molhado e incomoda andar.
Com calma montei meus equipamentos, enquanto o pessoal ia chegando. Como estava sem energia para ligar a montagem (meu acendedor do carro não está funcionando), e apesar Saulo ter oferecido o acendedor do carro dele, decidi não montar a EQ6, e usei o GSO 12″ na sua montagem dobsoniana mesmo. Outro fato foi que, pelo fato de ainda não estar bem treinado no uso da montagem, precisaria de concentração e calma pra mexer nela sem fazer bobagens. E como havia muitas pessoas no local querendo observar, muitos pela primeira vez, então deixei os testes de fotografia pra outro dia.
O Mak 90mm ficou de lado coitado… só tomou sereno e deu trabalho pra limpar depois. Em certo momento ouvi um espirro, e mais tarde ao conferir o menisco do makzinho não tive dúvidas, espirraram no meu telescópio… rsrs.
Em observações com muitas pessoas você acaba não vendo muito, e nem mostrando muito. Várias pessoas para ver, fazendo fila. Não que eu não goste, pelo contrário, é muito legal ver a reação de quem observa pela primeira vez, por exemplo, a Lua, Saturno ou Júpiter, pela primeira vez ao telescópio. Nessa observação vimos Nebulosa de Eta Carinae, M51 em Cão Maior, Ômega Centauri, Sombrero, Plêiades do Sul e outros aglomerados abertos entre o Cruzeiro e Carina, os planetas Marte e Saturno, M6 e M7, entre outros.
Não vou me lembrar de todos que estavam por lá, mas destaco, além dos membros do GEDAL, os integrantes do CAEH -Clube de Astronomia Edmond Halley de Marialva (acho que eram 10 pessoas), os amigos de Maringá Ricardo Pereira e o veterano em astronomia amadora Paulo Bonagura, meu amigo dentista e músico Dr. Átila de Arapongas e sua esposa, meu colega de graduação Renato Zandrini e namorada, também o amigo Roberto Gameiro e seu irmão. Ainda vi por lá crianças e senhores e senhoras muito interessados na observação.
Entre uma e outra observada no telescópio, conversamos muito sobre “causos” passados nos Epasts, Enasts, observações, etc…  bate-papo muito bom e agradável. Encerramos às 1h45, fechando com Saturno com 250x e 500x (ok é exagero). O planeta na ortoscópica de 6mm estava fantástico.

Condições Metereológicas:

Céu com nuvens. Pela manhã não daria pra dizer que fosse possível uma observação, mas confiamos na previsão do tempo. Ao cair da noite as nuvens começaram a dispersar, mas em certo momento o céu  voltou a ficar todo encoberto, depois abriu e no fim da observação estava totalmente limpo; Muita humidade devido a fim de passagem de frente fria e proximidade ao rio Tibagi. Nevoeiro leve no fim da observação;
Seeing regular e Sky Glow forte no Oeste (Londrina) até 45 graus, moderado no Norte (Ibiporã) e leve no Leste
(Cornélio Procópio);
Temperatura: agradável, estimo entre 25 (máxima) e 16 graus (mínima).

Equipamentos:
Vou descrever os que lembro:
Meus: GSO 12″ e Mak 90mm;
Saulo: refletor 180mm;
Observatório: Meade LX 200 12″, dois ETX125 PE, dobsoniano 200mm (Colleti);
Um refrator (Blue Sky?) – Não lembro o nome do amigo que levou ele;

Dessa vez, não fiz fotos… para ver o post no blog do Miguel com mais detalhes e com fotos acesse: http://gedal.blogspot.com.br/2012/03/observacao-deste-sabado-24032012.html